terça-feira, 2 de julho de 2013

TelexFREE Francisco Sá




01/07/2013 17h04 - Atualizado em 01/07/2013 19h25

Divulgadores da TelexFree protestam 


contra decisão da Justiça em Aracaju

'Abaixa a liminar, queremos trabalhar', pedem os divulgadores.
Justiça vê indícios de pirâmide na TelexFree e determina investigação.




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'Abaixa a liminar, queremos trabalhar', pedem os divulgadores. (Foto: Fredson Navarro / G1)'Abaixa a liminar, queremos trabalhar', pedem os divulgadores. (Foto: Fredson Navarro / G1)
Dezenas de divulgadores da TelexFree realizaram uma carreata na tarde desta segunda-feira (1) 
nas ruas de Aracaju em  protesto a decisão da Justiça do Acre que suspendeu o pagamento e novas adesões da empresa

“Estamos reivindicando a decisão da juíza que está impedindo que os trabalhadores recebam o salário. Os bens dos proprietários foram bloqueados e até o momento a justiça não apresentou provas contra a legalidade da empresa”, explica o investidor Beto Caju, que é compositor e emplacou dezenas de hits de sucesso com diversos bandas entre elas Calypso e Fogo na Saia. Ele garante que recebe mais de R$ 10 mil por mês com a TelexFree.

Compisitor Beto Caju também defende legalidade da TelexFree (Foto: Fredson Navarro / G1)A empresa já estava com suas atividades suspensas por determinação da Justiça do Acre. Mas os diretores da companhia dizem que vão provar que trabalham dentro da lei. Na semana passada, o Ministério da Justiça determinou uma investigação sobre a TelexFree com o motivo de ter encontrado indícios de que ela promove uma pirâmide financeira, o que é proibido no Brasil.

“Foi uma decisão precoce. A Justiça tem todo o direito de investigar, mas se precipitou em bloquear as contas da empresa e impedir que os pagamentos sejam realizados antes do resultado. Eles estão investigando mas ainda não tem provas que a empresa apresenta irregularidades, são apenas indícios”, defende o divulgador Erivelton Freire que é estudante de direito.

“Eu decidi que seria absolutamente necessário e urgente paralisar o crescimento dessa rede, porque ela tem aparência de ilicitude. Ao final da ação e realmente ficando caracterizada a existência da pirâmide, utilizar esses recursos para repor eventuais prejuízos”, explica Thaís Khalil, juíza da 2ª Vara Cível - AC.
Estima-se que quase um milhão de pessoas em todo o Brasil se associaram à TelexFree. Tinha gente ganhando muito dinheiro. Mas desde o último dia 13, a empresa está impedida de operar pela Justiça do Acre.

Em Sergipe cerca de 15 mil pessoas são divulgadores, entre eles, Jalan, que trabalhava em uma empresa de informática e pediu demissão para se dedicar mais tempo como divulgador. “Passei a trabalhar 18h por dia e estou satisfeito demais com a empresa, só quero o direito de continuar trabalhando e recebendo. A Telexfree paga todos os impostos e está crescendo. O índice de satisfação é grande, não temos nada da empresa para reclamar”, garante.
 

 
A Justiça do Acre investiga se a TelexFree cometeu crime contra a economia popular, estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Na sexta-feira (28), o Ministério da Justiça anunciou a abertura de procedimento administrativo contra a TelexFree. “Nós recebemos, no começo do ano, denúncia de diversos órgãos do sistema de defesa do consumidor, entre eles do Ministério Público e do Procon do Acre”, afirma Amaury Oliva, do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça.

“É a estrutura do negócio. Ela está montada como uma pirâmide financeira”, afirma Nicole Gonzales Arnoldi, promotora de Justiça - AC.

Em entrevista concedida ao Fantástico, o diretor da empresa negou que a TelexFree seja uma pirâmide. “Uma pirâmide financeira é só dinheiro por dinheiro. É só adesão, não tem produto, não envolve serviço, não envolve nada. Só ganha dinheiro na nossa companhia aquela pessoa que comercializa os nossos produtos”, garante Carlos Costa.

“O que eu tenho para dizer a essas pessoas que compraram, que hoje são nossos divulgadores, que elas fiquem tranquilas, que a empresa está trabalhando e ela vai provar tudo que precisa ser provado”, declarou o diretor da empresa.
Divulgadores realizaram carreata nesta segunda-feira em Aracaju (Foto: Fredson Navarro / G1)Divulgadores realizaram carreata nesta segunda-feira em Aracaju (Foto: Fredson Navarro / G1)
Agora, a TelexFree tem que apresentar esclarecimentos ao Ministério da Justiça. Se comprovado o esquema de pirâmide, a empresa pode ter que pagar uma multa de mais R$ 6 milhões.

Entenda como funciona a TelexFree
A TelexFree vende um programa de computador que permite ligações nacionais e internacionais para mais de 40 países. O valor do plano é tabelado em dólar: US$ 49,90, pouco mais de R$ 111 por mês, para três mil minutos de ligação. Esse programa é semelhante a muitos outros que permitem fazer ligações telefônicas pela internet.  Alguns desses programas podem ser baixados de graça e o usuário paga as ligações em um sistema pré-pago.

Além disso, a empresa oferece dinheiro para quem quiser anunciar ou revender o programa na internet. Nesse caso, é preciso pagar taxas de adesão, a mais barata custa o equivalente a quase R$ 600.

Os divulgadores têm duas opções: eles podem apenas publicar anúncios da TelexFree na internet e ganhar uma comissão por isso, ou pode ganhar mais, recrutando outras pessoas também dispostas a divulgar e revender o produto. Dessa forma, ele está criando o que se chama de rede. O Ministério da Justiça investiga se esse mecanismo é o esquema conhecido como pirâmide financeira, que é contra a lei
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